quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

“Comunicação Aumentativa e Alternativa”

Comunicar deriva da palavra, em latim, “communicare” e pode significar: dar conhecimento, transmitir, anunciar, revelar, etc. Pode ser entendido como acto ou processo que envolve a troca de informação e que utiliza sistemas simbólicos como sustentáculo para esta finalidade. Neste processo, poderão estar envolvidos uma infinidade de formas de comunicar que vão desde uma simples troca de inconfidências entre pares através da fala, gestos, troca de mensagens pela rede global de comunicações, cartazes, entre outros.
O acto de comunicar é amplo e a sua aplicação ainda maior, pode-se entender como a materialização ou exteriorização de uma ideia, emoção em signos linguísticos conhecidos pelos intervenientes num determinado acto comunicativo.
Para um simples leitor, como eu, a leitura desta pequena reflexão não tem quase nenhuma dificuldade pois as competências e os mecanismos envolvidos na leitura, desta, são idênticos e de fácil acesso, mas há muitas pessoas que por razões várias nunca tiveram a oportunidade de este tipo de competências e os mesmos mecanismos que eu, entre muitos, desenvolvi. É de extrema importância desenvolver mecanismos que munam todas as pessoas do direito de comunicar, de se exprimirem em relação a determinada assunto ou acto e de entender o que as outras pessoas lhes transmitem.
Logo, comunicar vai muito mais além do simples acto locutório, poder-se-á dizer sem qualquer dúvida, é através deste acto que o Homem se constrói e reconstrói através do tipo de interacções que se geram ao nível ecológico. Como dizia “Darwin em 1864 (in Origem das Espécies) :“ Toda a evolução aponta para um Homem em DEVIR constante construindo-se e modificando-se em função da INTERACÇÃO que vai tendo com a Natureza e com os Outros seres da sua espécie.”[1]
Todo o ser humano apenas se poderá desenvolver na sua plenitude caso conseguida comunicar adequadamente, mas como não é possível todos nós comunicarmos da mesma forma, temos que adaptar o meio às características destas pessoas.
Para tal, tem de haver um trabalho sério e cooperativo entre todos os intervenientes educativos, caso tal não suceda, o resultado do esforço de todas as partes poderá ser nulo. Todos os agentes educativos têm de saber quais são os parceiros com que poderão trabalhar, quais as características motoras da criança, quais as rotinas desta criança, quais as adaptações existentes e quais as estratégias usadas por todos para que possa haver um trabalho uno em prol do mesmo objectivo, o de criar mecanismos para comunicar.
Apesar, da fala ser a forma mais usada para comunicar, nem todos nós, como foi por mim, anteriormente, referenciado tiram proveito desta por diversos problemas.
Todas aquelas pessoas que apresentam problemas de fala mais ou menos acentuados poderão ou não necessitar de dominar um determinado tipo de comunicação aumentativa ou alternativa. Neste sentido, a comunicação aumentativa ou alternativa irá abrir, a estas pessoas, novas capacidades de comunicar e, com isso, muni-las de mais uma ou, mesmo, apenas essa forma de interagir em sociedade, acedendo a um direito de cidadania, a um gozo pleno ou o mais autónoma possível da vivência em democracia.
A comunicação alternativa, utilizada em contexto de conversa entre pares para pessoas que precisam de apoio para falar, assenta essencialmente em Linguagem Gestual, no caso português na Língua Gestual Portuguesa, no código de Morse e na escrita, entre outros.
No caso da comunicação aumentativa, esta, é entendida como um meio para promover e apoiar a fala, proporcionando uma forma de comunicação alternativa se a pessoa em causa não conseguir dominar a fala. Logo, por comunicação aumentativa tem-se, associado à mesma, uma comunicação complementar ou de apoio.
Em suma, tendo em conta a importância que a comunicação teve, tem e terá entre todos nós é imprescindível aumentar e reforçar positivamente todos os estudos de índole investigativa que têm como base a criação de materiais para colmatar a dificuldade de comunicar, bem como, criar mais e melhores condições de apoio, não só, a estas crianças, como, a todas estas pessoas com esta dificuldade, famílias e profissionais que trabalham diariamente com elas.

[1] www.inr.pt INOVAÇÃO CURRICULAR NA IMPLEMENTAÇÃO DE MEIOS ALTERNATIVOS DE COMUNICAÇÃO EM CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA NEUROMOTORA GRAVE

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